sábado, 9 de julho de 2016

Fibonacci, quem sabe o que é? Só o grande Valiomar sabia!!!

    Numa época boa e distante, quando nós, a maioria dos jovens mortais cajazeirenses, não sabíamos quem era um tal de Fibonacci!!! 
    Cidadão que eu, só vim a saber o que era o tal Fibonacci,  40 anos depois, em 2004, quando li o livro Código Da Vinci.
   Um certo dia, lá em Campina Grande, Valiomar aparece na república, com uma arrumação de um tal jogo de Fibonacci.
    Aí, danou-se todo mundo a biritar e brincar a mazela do jogo! E, a ficar bêbado, pois quem errava, havia de tomar uma lapada de cana. 
    Matemática pura. Explico: 
    A série Fibonacci, é uma sequência de números, começando a partir do 1(um), onde o número seguinte é a soma dos seus dois antecessores. 
    Sendo assim: 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55... Então, começava-se a contagem e ia rodando.   
    O sujeito tinha que acertar, perdeu... Cachaça no toba. E quanto mais errava, mais pinga. 
    Agora, adivinha quem nunca errava? 
    Valiomar! Ficou todo mundo melado e o filho da mãe, tirando o sarro de todos, sem beber nenhuma. 
    Sinto saudade da acanaição daquele amigo!


                                         Marcos Antonio Diniz
                                                   Fortaleza - CE 
 



segunda-feira, 4 de julho de 2016

TORCEDOR FANÁTICO

         Chico Rolim, deputado federal, ex-prefeito de Cajazeiras-PB por três vezes, fazendo serão em seu gabinete, já às oito e meia da noite, nem notou que o funcionário terceirizado da limpeza estava na área, exercendo sua função.
      Nunca fora ligado em futebol. Tinha como princí-pio que o Brasil deveria ser cam-peão na produção industrial, na ex-portação de bens, na produção de alimentos, nessas coisas.
        Trabalhava freneticamente no projeto de lei que iria propor: o da permissão de portar armas aos caminhoneiros em viagem. Sentia, desde a infância no interior do Ceará e da Paraíba, a insegurança de quem viajava na solidão das brenhas desse mundo de meu Deus. Era um fato real e repetido, desde a época dos tropeiros, que atravessavam os sertões em comboios de burros, transportando as riquezas, que este país produzia desde a época do império.
         Por mais que Rolim trabalhasse, por mais que ignorasse a presença do rapaz da limpeza, mais ele fazia barulho para ser notado. Não tinha jeito, o deputado estava absorto no seu projeto. Não havia barulho que chamasse a atenção dele.
         O bedel ficou impressionado com a concentração do congressista. Ate parecia que não estava na câmara. Ficou ali, parado, estático, presenciando o trabalho incessante do parlamentar.
         E ficaram os dois. Um trabalhando, outro observando.
         Passava das dez horas da noite. A câmara estava vazia, não havia viva alma, quando Rolim encerrou sua jornada.
         O faxineiro, depois de tanta espera, de tanto estranhar um deputado trabalhar até aquelas horas. Não conseguiu se conter e fez-se notar.
  Começou per-guntando de qual es-tado era o depu-tado. Depois, pergun-tou qual time ele torcia. Diante da resposta de que ele não tinha time de preferência, não se conteve.
         Começou dizendo que só podia ser um político, que não queria desagradar ninguém, mas estava claro: ele era flamenguista. E declarou: “como não seria torcedor do Flamengo uma pessoa que tem, em sua escrivaninha, uma bandeira vermelha e preta e, ainda em cima, nela escrito NÊGO”.
         Era a bandeira da Paraíba que Rolim mantinha em seu birô.